Capela Nossa Senhora dos Aflitos - A Capela "Assombrada" (Série: Bairro da Liberdade)

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Você acredita em lugares assombrados, com fantasmas ou almas penadas? Bem... Eu não.
Pode parecer estranho para quem lê, mas a matéria que vou escrever hoje seria a que daria inicio a este blog. Sim, depois de pouco mais de um ano tento finalizar o que não consegui terminar na 1ª semana de Junho de 2012, desde então sempre que começo a escrever alguma coisa acontece, já queimou meu PC, já deu pane na memória RAM do meu laptop, sinto muita dor de cabeça quando tento escrever este assunto, todas as vezes algo me afasta do tema, e óbvio que hoje não seria diferente.
Perdi todo o material sobre o tema que comecei a escrever um ano atrás! Ainda bem que tenho um HD externos onde salvo meus back ups. Vamos lá?

Na primeira semana de Junho de 2012 eu havia lido sobre a Capela Nossa Senhora dos Aflitos depois de conversar com a minha amiga Tais que falou sobre o assunto, fui até a Rua (Beco) dos Aflitos nº 70 no Bairro da Liberdade e conversei com a Ilth que é zeladora do local, conversamos por um bom tempo e ela me deu vários detalhes sobre a história e disse que sempre querem fazer reportagens sensacionalistas sobre a Capela, que a "fama" leva muitos curiosos até o local e algumas pessoas tem medo de entrar, até uma sensitiva foi convidada para conhecer a Capela mas recusou. 

Voltemos entre 200 e 300 anos no tempo. O local de sepultamento do corpo dependia de sua classe social, onde os mais ricos eram enterrados nas igrejas e os pobres ficavam na proximidade ou no terreno delas (adros), porém em uma determinada data não havia espaço para enterrar mais pessoas, e o mais difícil era enterrar os condenados pela Justiça, já que estes não poderiam ficar em solo sagrado. Então a igreja católica paulistana criou o 1º cemitério aberto de São Paulo, o Cemitério dos Aflitos.
Fundado em 3 de outubro de 1775 por Dom Frei Manoel da Ressurreição, então Bispo de São Paulo, este cemitério receberia apenas os pobres, indigentes, escravos e condenados a justiça, desta época resta apenas a Capela (Nossa Senhora dos Aflitos) criada em 1779 próxima ao campo da forca (Enforcadouro de São Paulo) onde hoje é a Praça da Liberdade, sim, aquela que você come Yakissoba aos domingos já foi um lugar onde várias pessoas foram enforcadas.
Entre os sentenciados, o mais famoso foi o soldado Francisco José da Chagas, conhecido como "Chaguinha", que fora condenado por liderar uma rebelião que tinha o tema questões salariais. Em 1821 quando ele foi condenado a forca houve uma situação que sinceramente não tem como explicar.
A praça estava cheia para ver o enforcamento dele, mas na primeira tentativa a corda rompeu, na segunda ela também rompeu, somente na terceira tentativa ele foi enforcado, e enquanto isso as pessoas gritavam "LIBERDADE!", alguns alegavam ser um milagre divino e pediram para soltar o pobre soldado que possivelmente seria um homem abençoado, mas nada disso salvou Chaguinha da forca. Outra versão é que após a segunda tentativa outro preso ocupou o lugar de Chaguinha que foi retirado do local e nunca mais se ouviu falar dele.

A Capela fica no final do Beco, escondida para quem passa rápido pela rua.

A Capela tem um ar misterioso, e precisa de reformas.

Um dos altares da Capela.

Vale lembrar que não consegui fazer a entrevista na primeira visita, quem estava lá era o filho da Ilth e tive que voltar no dia seguinte para conversar com ela, ficamos um bom tempo falando sobre a história da Capela, ela me disse que falta dinheiro para reformas e realmente o lugar precisa de uma. Também me falou sobre o misticismo por trás da "fama" do Chaguinha o santo popular local, sobre as pessoas que são devotas de um santo não reconhecido pela igreja, e suas crendices por ele.

Porta onde as pessoas deixam seus pedidos para Chaguinha.

Placa com seu nome na porta.

Algumas lendas urbanas dizem que o local é assombrado, onde janelas se quebram, a noite é possível ouvir gemidos e vozes chorosas, ver pessoas com o pescoço quebrado e uma forca pendurada, e outras dizem que Chaguinha já curou pessoas, já concedeu milagres, mas a Ilth nega, principalmente a parte assustadora da lenda.

As flores e pedidos são deixados na porta por onde Chaguinha passou ao sair da Capela em direção a forca, os pedidos são feitos por pessoas aflitas ao santo aflito, na esperança de serem concedidos.

 Altar principal.

 Velário da Capela. Não sou católico mas acendi uma vela pro Chaguinha também.

A Capela fica no final do beco, e isso dá um clima maior de suspense.

Volto a falar, (até agora) não acredito em fantasmas, assombrações, e coisas do além que façam mal as pessoas, não senti nenhuma energia negativa na Capela, mas é muito estranho eu demorar um ano para conseguir escrever este texto, tantas coisas que aconteceram sempre que eu tentava falar sobre este tema, admito que isso me deixou intrigado, ainda mais pelo fato de que hoje, demorei "apenas" 8 horas para terminar este texto. Se é assombrada ou não, vale a pena a visita, tire sua própria conclusão!

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Erik Grapeia.

Paranapiacaba (Parte 3/3)

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Hoje terminaremos a matéria sobre Paranapiacaba, para quem não se lembra fiquei ausente por um bom tempo, mas para a felicidade dos leitores deste Blog, eu e a Yasmin (que agora faz parte da equipe) já visitamos e começamos a escrever sobre 10 lugares! Sim... Temos muito conteúdo pela frente, mas será surpresa, você terá que nos acompanhar. :)

Na 1ª parte falei sobre a história de Paranapiacaba (confira aqui) e na 2ª sobre ela atualmente (confira aqui), mas hoje falarei sobre a trilha da Vila Taquarussú, vamos lá?

Eu, Felipe, Flávia, Paulo e Priscila combinamos de ir para Paranapiacaba com a intenção de fazer uma trilha de nível iniciante-moderado, procurei sobre o tema na internet e fiz contato com alguns guias mas nada foi negociado, combinamos de ir faça chuva ou faça sol.
Saímos da estação de trem de Rio Grande da Serra, e ao chegar no ponto do ônibus que vai para Paranapiacaba perguntei ao motorista se ele sabia onde arrumaríamos guias para conhecer a cidade, então ele apontou para um senhorzinho com roupas bem humildes que estava sentado ali perto e disse: "Esse é o melhor guia que tem!"
Confesso que olhei e pensei, este "Tiozinho" é guia? Em seguida lembrei de ter lido sobre ele em algum lugar, seu nome é "Caneco Verde" e o cara é um figura.
Negociei com ele para conhecermos a Vila Taquarussú, e ele nos cobrou R$ 5,00 por pessoa (combinamos de pagar pelo menos R$ 10, afinal era muito barato e injusto para ele). Chegando na Vila Inglesa de Paranapiacaba fomos em direção a trilha, todos empolgados, com muita disposição, e logo em seguida descobrimos o motivo do Caneco Verde ser uma atração a parte na trilha, a 1ª bronca que levamos dele!
Mas não foram uma, nem duas, foram várias broncas que ele nos deu.. hahaha
Mas as broncas tinham um motivo, se ele explicasse alguma coisa e não prestássemos atenção ele dava uma sem dó...rs Lembre-se, eu falei que ele dava bronca, não que ele foi mal educado, uma coisa é diferente da outra.

Uma das trilhas "escondidas".

A caminho da Vila Taquarussú.

Tudo que olhávamos e passávamos perto tinha uma história, e o "Caneco" contava tudo com detalhes, explicava tudo sobre qualquer coisa que aparecia, sem falar das histórias sobre o local, tudo isso devido a seus 30 anos de trilhas, acho que é por isso que ele andava tão rápido, muitas vezes parávamos por algum motivo e de repente, cadê o Caneco? Já estava longe esperando por nós.
Após quase 1 hora caminhando o Paulo "achou" um sinal de WiFi, o detalhe é para nossos celulares de diferentes operadoras que não tinham sinal, então começamos a tirar sarro dele, afinal como vocês podem ver estávamos no mínimo a uns 5 km de distância de qualquer sinal de vida humana, e por incrível que pareça eu olhei o celular dele, e adivinha... Tinha um sinal mesmo. O Tarzan tinha WiFi e morava ali perto? Não sei... Mas que foi no mínimo estranho e assustador, isso eu garanto que foi!

1 hora de caminhada e não havia nada além de "mato".

Continuamos a nossa trilha e o Caneco falando que muitos que vão pra lá jogam lixo no chão, e o que ele fez durante todo o trajeto enquanto nos explicava algo era recolher todo o lixo que ele encontrava, foram 2 sacolas cheias de lixo, sim, ele recolhia papel de bala, lata de cerveja, bituca de cigarro, embalagem de biscoito, enfim... Ele diz que nem todos os guias fazem isso, e que devemos manter este paraíso limpo, ponto para o Caneco!

Finalmente, após mais de 1 hora caminhando chegamos a Vila Taquarussú, um lugarzinho no meio do nada, literalmente isolado, um lugar calmo, daqueles que você poderia tirar as suas férias se sentindo um ermitão isolado da civilização.
                                          
Bem vindo!

 Entrada da Vila Taquarussú.

Estas são "todas" as casas da Vila. 

O lugar lembra aqueles filmes onde tem a casa sinistra na beira do lago, lembra tanto cenas de filme que o local é sempre foi usado para filmar trechos de filmes, novelas e comerciais!

 A neblina cria um clima especial para a aventura.

Sim, existe um lago sinistro!

Ao chegar na Vila fomos conhecer uma queda d'água que fica próxima ao lago, o clima não ajudou muito, garoava, estava frio, e isto não permitiu que prosseguíssemos até a cachoeira mais próxima dali, ficava a "apenas 2 horas" de caminhada, mas isso não nos impediu de desbravar os caminhos que nos levariam até a pequena cachoeira, mas não teria graça vermos uma queda d'água e não entrar nela, afinal faltava coragem para ficar congelando depois de sair dela, inclusive ninguém levou toalha nem roupa para entrar na água, mas se você acha que isso foi uma barreira para o Paulo, se enganou. Ele teve coragem de entrar na água gelada, com garoa e vento ainda mais gelados!

 Chuvas sempre dificultam as fotografias.

Coragem e um pouco de loucura não faz mal a ninguém! 

Voltando para a Vila Taquarussú paramos para bater papo com um dos moradores, comprar umas cervejas e provar a cachaça de Cambuci que ele produz, e a tal "branquinha" esquentou os ânimos e olha que só provamos um pouquinho, mas foi o suficiente para não querermos apreciar mais um pouco desta maravilha destilada.
Flá, Pri e Paulinho "o herói".

 A garoa não atrapalhou nossa aventura.

Paulinho, Caneco, Flá, Pri, Eu e o Japa.

Quando foi por volta das 14 horas resolvemos voltar, levaríamos um pouco mais de uma hora para chegar a Vila Inglesa de Paranapiacaba e a caminhada não seria tão fácil assim, estávamos molhados, cansados, com fome, e com dor nas costas de carregar nossas mochilas com lanches e água.
A neblina aumentava, e em alguns trechos não enxergávamos mais que 5 metros adiante, nesta situação devemos tomar cuidado com as Bikes, Motos e Jipes que fazem trilha por ali, quem vai na frente e avista um deles grita para os demais tomarem cuidado e andar sempre nos cantos da trilha para não ser atropelado, já houveram casos de pessoas que morreram em acidentes por ali, então todo cuidado é pouco.
Caneco continuava suas explicações, e em um trecho da volta paramos no "Vale do Eco" onde ele continuou falando as histórias e fatos locais.
É claro que fizemos o teste no Vale para ver o tal eco, o problema é que não dá pra ouvir muito bem o som que retorna neste vídeo aqui:


Sim, nós tínhamos que gritar "VAI CORINTHIANS!" :)

 MOTOOO!!!

 Visibilidade boa, alguns trechos estavam piores.

Neblina + Garoa

Pouco mais de uma hora de caminhada para voltar, estávamos exaustos, mas valeu cada segundo!

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Paranapiacaba (Parte 2/3)

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Hoje continuaremos a falar sobre Paranapiacaba, na parte 1/3 falei sobre a história do local, e hoje falarei sobre a atual situação da cidade nesta aventura que tive com os meus amigos Felipe, Flávia, Paulo e Priscila.
Falar sobre Paranapiacaba é voltar no tempo, é sentir a neblina que aparece e some com a mesma rapidez, é sentir o sol quentinho e em seguida se sentir levemente úmido com a serração que passa por você, é comer deliciosas guloseimas feitas de Cambuci, uma fruta local que tem até um festival!
Atualmente a cidade se encontra abandonada pelo governo, existem partes em situações severamente danificadas por falta reparos, mas nada que possa te prejudicar, outra coisa que é perceptível é a quantidade de cachorros de rua, por onde você andar haverá um "totó" com cara de faminto esperando cair alguma migalha do seu lanche, eles são magros e mal cuidados, alguns moradores reclamam que as pessoas que moram na parte alta da cidade abandonam seus cachorros na parte baixa e por isso existem tantos por lá. Mas não se preocupem pois eles são muito dóceis, adoram um carinho e principalmente um pedaço do seu lanche!

A cadela é tão mansa que o Felipe quase dormiu fazendo carinho nela... :)

Os moradores de Paranapiacaba são muito gentis, sempre estão dispostos a te ajudar, e adoram bater papo com quem anda com "cara de turista" pela cidade sem saber para onde ir.

Moradora local na varanda de seu comércio.

As ruas da cidade ainda lembram os velhos tempos, seja caminhando por uma rua de paralelepípedo ou cascalho, por suas casas de madeira pintadas todas em um mesmo padrão de cor, por placas e adereços que ainda estão a vista de quem passa por lá.

Placa indicativa.

Criança local empinando sua pipa.

A "Vila" é composta por poucas ruas, boa parte das casas tem algum tipo de comércio, seja uma lojinha de artesanato, café, almoço, doces de Cambuci entre outros, mas se você quiser se aventurar no Tour da cidade embarque neste ônibus que fica circulando por toda a parte baixa de Paranapiacaba.

Eu, Paulo, Felipe, Flávia e Priscila.

Já falei sobre o cemitério, sobre o cambuci, sobre o 1º campo de futebol do Brasil, sobre o Clube União Lira Serrano, sobre o Castelinho, agora falta eu falar de uma coisa, os TRENS!
Esta é a parte mais empolgante de Paranapiacaba, andar na "Maria Fumaça"que foi restaurada pela ABPF.
Este é um carro de primeira classe do ano de 1914 que faz você se sentir voltando no tempo.

 "Maria Fumaça" se preparando para partir.
 "Maria Fumaça" em parte do seu percurso.
                                               
A imponente "Maria Fumaça".

Os ingressos são com numeração de poltronas, então prefira ficar ao lado das janelas do lado direito, você poderá ver muita coisa que não é acessível ao publico e só é possível ver andando na "Maria Fumaça".
Antes da viajem começar, um rapaz fala um pouco sobre a história do carro e como funcionavam os trens na época, além de fazer algumas brincadeiras com as pessoas para descontrair, e o detalhe: Devidamente fardado com direito a quepe! Para você se sentir um barão/baronesa do café!

                                      
 O requinte do vagão de luxo usado por barões do café.
Imagine esta cena 100 anos atras.
Ao fundo o Museu do Funicular.
Entrada do Museu.

Você paga R$ 5,00 para andar na Maria Fumaça, e com mais R$ 3,00 você pode conhecer o museu que fica próximo a linha do trem, não coloquei fotos por que elas ficaram muito ruins (não vi que a lente estava suja), vale apena visitar e ver objetos originais que foram usados por funcionários, o museu é pequeno mas rende belas fotos e uma ótima história para contar depois.
Este tipo de passeio pode ser feito com aquela pessoa especial para criar um clima romântico, com seus amigos para se divertir, com sua família, enfim... Independente da companhia vale a pena conhecer esta cidadezinha próxima a nossa SAMPA, tanto que acabei voltando no sábado seguinte ao passeio que fiz com meus amigos apenas para tirar as fotos que faltavam para este Blog!

Na próxima semana encerraremos a matéria sobre Paranapiacaba com a trilha que nós fizemos, vale a pena conferir, ficou muito bom!
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Paranapiacaba (Parte 1/3)

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Hoje vou escrever sobre um dos locais mais lindos e interessantes que conheço: PARANAPIACABA.
Inclusive vou dividir este post em 3 partes, até por que assunto não faltará.
No início deste mês de Junho fui com meus amigos Felipe, Flavia, Paulo e Priscila para mostrar esta maravilha de local a eles, inclusive fizemos uma trilha que foi sensacional!
Priscila, Flavia, Felipe, Eu e Paulo.

Mas hoje falarei sobre a história desta cidade que pertence a Santo André, para chegar até lá é mais fácil do que parece. Pegue um trem nas estações Luz ou Brás com sentido à Rio Grande da Serra, este trajeto leva em média 40 minutos, lá você precisa pegar um ônibus com destino a Paranapiacaba numa rua ao lado da estação que leva uns 20 minutos pra chegar. Sinceramente, 1 hora de percurso que valerá a pena!
Ao lado do bolsão de estacionamento da cidade existe um mirante, onde é possível observar este visual incrível, geralmente tem fila para subir e apreciar o horizonte.

Não se assuste ao descer do ônibus, o ponto final é em frente ao cemitério da cidade, alguns falam sobre histórias macabras, e coisas do tipo, mas nada confirmado pelos vivos muito menos pelos mortos (ainda bem né?!?), os moradores dizem que é pra chamar turistas, outros dizem que é verdade, enfim...
O acesso para a "Vila Inglesa de Paranapiacaba" é feito por uma ponte que liga a parte alta onde você desembarcou do ônibus até a parte baixa que é o assunto de hoje.
Chegando lá, você se sentirá voltando ao ano de 1874, ano de fundação da "Estação do Alto da Serra" que após foi chamada de Paranapiacaba e foi parte da linha férrea usada pela São Paulo Railway, esta vila teve importância vital para o escoamento do café que era produzido no interior de São Paulo e levado de trem até o porto de Santos.

Vista do "Big Ben" de Paranapiacaba, cidade marcada pela presença Inglesa, tanto na cultura quanto arquitetura.

E por falar na "colonização" inglesa em Paranapiacaba, temos que lembrar do futebol, e adivinhe onde foi feita a primeira partida de futebol do Brasil? SIM!!! Foi aqui mesmo!
Em 15 de Abril de 1895 o Jogo FUNCIONÁRIOS DA COMPANHIA DE GÁS x CIA. FERROVIÁRIA SÃO PAULO RAILWAY de início ao esporte em nosso país.

Local onde ocorreu o 1º jogo de futebol do Brasil.

Um dos atrativos da época é o Clube União Lira Serrano, fundado na década de 30 serviu como teatro, cinema, local para reuniões dos funcionários da SPR, quadra de futebol, opa... QUADRA DE FUTEBOL? SIM! O local foi usado como quadra de futebol também, com requintes na arquitetura e decoração com direito até a camarote para o alto escalão da empresa férrea.

Atual guichê da Bilheteria do Clube.
Vista externa do Clube.

Entre os funcionários do alto escalão da SPR, um deles tinha a melhor visão da cidade, o Engenheiro Chefe da Vila tinha uma casa com vista para toda a cidade, assim de qualquer janela poderia fiscalizar o trabalho dos funcionários e monitorar a subida e descida dos trens.
Esta casa é chamada de Castelinho e fica no alto de uma colina que pode ser avistada de qualquer lugar da vila, seja a parte alta ou baixa.

Casa do Engenheiro Chefe.

Quando digo que entrar nesta cidade é voltar no tempo não estou brincando, a calma, tranquilidade, a arquitetura, os trens, tudo faz com que você se sinta no passado, a cidade é charmosa, romântica, aventureira, barata, interessante, todas as qualidades e necessidades para um bom passeio com amigos, namorada, ou até com os filhos.

 Vagões usados no transporte de minérios.
 Parte do Museu do Funicular - Prédio da Maquina Fixa.
Trens "abandonados" que dão um charme todo especial à Vila.

Falar pouco sobre Paranapiacaba é difícil, tem muita história para contar, e é por isso que na próxima semana você conhecerá mais um pouco sobre este paraíso a moda antiga.
Espero que tenha gostado de mais esta aventura.
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